domingo, 13 de junho de 2010

A Vuvuzela


A vuvuzela. Aquele instrumento que nos tempos que correm dita o rumo do mundo. As outrora mais poderosas do mundo, agora de joelhos quando confrontadas com o poderio da vuvuzela. Aquele som lindo, que podemos comparar ao canto de mil belas sereias semi-nuas numa ilha paradisíaca e FODA-SE!!! Calem-me essa merda. A sério, há algo mais irritante que uma vuvuzela? Parece algo que saiu de uma orgia entre um pedaço de plástico laranja e tudo o que de mais irritante existe no mundo.
Mas tudo bem, é para bem do desporto, proporciona bom ambiente nos estádios, e no final é isso que conta não é? Sim, é isso que conta. E agora era a altura em que eu acabava este texto, e saia do escritório cabisbaixo, depois de ver os meus ideais completamente deitados por terra por não outro que eu próprio. Mas isso não vai acontecer, por duas razões. Primeiro, não estou no escritório. Segundo, se há coisa que a vuvuzela não faz é causar bom ambiente nos estádios. E porquê? Passo a explicar:
Para já, o barulho é irritante. E assustador. Suponho que haja formas mais eficazes de motivar os jogadores, nomeadamente, todas aquelas que não envolvem tocar um instrumento cujo som se assemelha a uma manada de elefantes furiosos a correr na nossa direcção.
Depois, fazem ideia da intensidade do som de uma vuvuzela? Cerca de 131db no orifício por onde sai o som. Se isto não vos diz nada, vou tentar dizer doutra forma. 130db é o limite minimo para o despertar da dor, ou seja, qualquer som acima de 130db, para além de irritar vai doer. Dor. Física. Mas nem tudo é mau, visto que se nos conseguirmos por a 2 metros de distancia da vuvuzela, o som que chega até nós já vem apenas com uma intensidade de 113db, aproximadamente. Isto só é ligeiramente mais do que estarmos numa rua bastante movimentada. Nada de grave. Até começar a ser. Imaginemos que estamos num estádio, e alguém diz um palavrão ou começa um incêndio ou assim. Obviamente que a primeira coisa a assegurar é a segurança de toda a gente, certo? Esperemos que sim. Então o melhor é evacuar, o estádio o mais rapidamente possível. Ora os responsáveis pela segurança no estádio iam alertar toda a gente para a situação em que se encontravam, e todos iriam escutar com atenção e fazer exactamente como lhes era mandado... isto se metade das pessoas presentes não estivesse a pedir a Deus para parar a dor de ouvidos, e a outra metade não estivesse em Tóquio durante a hora de ponta.
Mas vendo bem, não é assim tão mau. Mas também não é como se a vuvuzela alguma vez tivesse sido associada a danos auditivos permanentes, certo? Errado, estudos feitos antes do Mundial revelaram que o som das vuvuzelas pode causar perda de audição. Mas nós resolvemos isso, pensam vocês, levamos uns tampões para os ouvidos e se a coisa apertar, resolve-se depressa... É, mas levem também uma máscara, visto que devido ao forte sopro que é necessário para tocar numa vuvuzela, o risco de espalhar, digamos, gripe ou assim, é maior que o de falar ou tossir. Mas não causa mutações nem nada assim, certo? Na verdade estudos recentes mostraram que vamos deixar de ser parvos. Óbvio que isso não.
Para acabar, acho que consegui cumprir medianamente a minha importante missão, que era qualquer coisa dentro do campo de vos alertar para um possível novo-holocausto, ou os pontos negativos das vuvuzelas, ou as duas coisas. Juntas. Da próxima vez que virem uma vuvuzela lembrem-se: A vuvuzela é um instrumento do Diabo, e a tentação de tocar numa deve ser combatida com toda a vossa força. Vamos livrar-mo-nos delas enquanto temos tempo. Isto é... Se ainda tivermos tempo.
 

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